18.3.15

ANNA WESTERLUND CERAMICS




Cá em casa não há serviço de porcelana, nem faqueiro de prata, e de cristal só a ideia romântica do sapatinho. Sempre que ponho a mesa retiro do louceiro um festival de formas, não sigo um protocolo  e a única regra de etiqueta é acompanhar o manjar dos deuses com a poção mágica certa. Cada prato, copo ou talher é diferente, no feitio e na cor, e todos os detalhes são milimetricamente sentidos. Nestas coisas devemos pouco à matemática e quase tudo à magia.
É aqui, no mundo do fantástico, que encontro espaço para a ceramista Anna Westerlund.
Para onde mais nos poderia levar uma das suas peças? Só num mundo encantado esquecemos o tempo para nos perdermos no detalhe que faz única cada uma das suas peças.




Anna Westerlund cria um universo paralelo de uma beleza pura, onde a simplicidade da forma se decora de cores suaves e se borda de missangas. Um bule não é apenas um bule, é parte de uma história que podemos contar. Uma taça não se limita à sua função mas divide-se na categoria para receber ou dar. Mesmo sem conteúdo (chá, fruta, açúcar e etc) qualquer uma das suas peças é capaz de nos oferecer, como alimento, a capacidade de sonhar. E é essa capacidade, própria, que nos faz notar o prazer da criação, como se em cada escolha, a cada traço desenhado, houvesse parte de si diluída no movimento de moldar.






O mundo original de Anna Westerlund vai além função e a colecção "one off pieces" é prova disso. Aqui mora o sentido da expressão do seu trabalho e da sua capacidade imaginativa. Da inocência de ser criança e de acreditar na simplicidade da vida.
Se ainda não tenho em casa nenhuma das suas peças é porque quero dar espaço à chegada de uma destas "bonecas" e torná-la a protagonista no cenário que tenho como sala.



*Todas as imagens retiradas daqui.

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